Rompimentos e Recuos
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Recapitulando, agora temos uma noção básica de como os preços se comportam: intercalam períodos de altas e baixas que configuram tendências ou congestões, e produzem no caminho regiões de suporte e resistência que fornecem contexto ao gráfico.
Como tirar proveito disso? É possível segmentar duas abordagens para operar esses conceitos.
Rompimentos
Congestões e consolidações, dessa forma, fornecem o contexto perfeito para esse tipo de operação. Quanto mais definidos, melhor. Para traders mais agressivos, um simples toque fora de uma zona de suporte ou de resistência é suficiente para abrir uma posição. Para traders mais conservadores, é convencional esperar o fechamento da primeira barra (ou de N barras subsequentes) que fuja notavelmente dessa zona, e seu respectivo acionamento através da superação de sua máxima (se for na ponta da compra) ou mínima (se for na ponta da venda). O stop, na abertura da posição, é usualmente colocado no extremo oposto da barra que deu origem ao rompimento.
A principal vantagem dessa abordagem é a garantia de que, se o rompimento iniciar de fato uma movimentação direcional, você estará dentro desde o começo. A desvantagem é que rompimentos bem definidos geralmente ocorrem através de barras grandes (como as “barras elefantes”, popularizadas por ), o que se traduz em um stop longo. Quando a barra que “rompe” é pequena, o posicionamento do stop em seu extremo facilita um cenário de acionamento indevido – em que é acionado pela volatilidade, mas logo em seguida retoma o movimento (configurando a famosa “violinada”).
Outro aspecto para se atentar em operações de rompimento é o movimento que o precedeu. Rompimentos “esticados” são aqueles que ocorrem após uma movimentação significativa na mesma direção, o que aumenta a probabilidade de uma correção subsequente. Afinal, lembre-se que os preços não se movimentam na mesma direção indefinidamente.
Portanto, constituem uma forma de rompimento "indesejada".
Por exemplo, a superação de uma resistência após cinco (ou mais) dias consecutivos de alta, com barras amplas, “pede” por um “descanso”.
Recuos (“pull-backs”)
Recuos após rompimentos são uma dinâmica muito observada, que representam uma espécie de “fôlego”. Dentre elas, duas configurações específicas se destacam:
Re-testes são os recuos em que os preços voltam para o patamar rompido, testando-o na ponta contrária. Estes, como consequência, produzem as viradas de suportes para resistências, e vice-versa (como ilustrado na primeira imagem desse texto). Esta forma é mais conservadora pois a “virada” supracitada é uma confirmação adicional de que a direção do rompimento será preservada, contudo exige paciência, dado que pode demorar diversas barras para ocorrer.
Gifts são recuos de poucas barras (ou apenas uma) subsequentes ao rompimento, associados ao conceito de barra elefante supracitado. Tipicamente caracterizados por barras pequenas, permitem que o stop e o acionamento sejam posicionados neles, ao invés da barra elefante que o precedeu. A relação extremamente favorável de risco-retorno, proporcionado pelo encurtamento do stop e a inércia que o rompimento produz, dão razão ao significado do seu nome (“presente”, em inglês).
A abordagem de esperar por recuos é uma alternativa de não incorrer ao stop longo das barras grandes que caracterizam um rompimento bem definido, sendo esta a sua principal vantagem. A desvantagem desse tipo de operação é a possibilidade de que os esperados recuos não se materializem. O que, dependendo da impulsividade do movimento, é comum (vide o primeiro exemplo de rompimento de cima, do bitcoin). Nesse cenário, a sua premissa de continuação da trajetória estaria certa, mas você ficaria de fora. Outra desvantagem, inerente à stops curtos, é a sua maior incidência.
Em suma, a decisão de operar rompimentos ou esperar por recuos envolve um trade-off entre tamanho do stop e probabilidade de ficar dentro do movimento. Além de não serem necessariamente excludentes.